12/08/2015

Noite de nevoeiro

(Alemanha_2011)
(inacabado...talvez até para sempre)

Está neblina lá fora, penso: deveria ficar aqui dentro junto à lareira, neste meu canto seguro e quente! Está neblina lá fora e eu levantou-me deixando a manta, que me cobria, para trás, levanto-me e olho pela janela... O nevoeiro vai crescendo e engrossando... Sinto uma vontade estúpida de sair e explorar esta minha nova morada, praticamente deserta... Lá fora está cada vez mais cinzento e o silêncio que oiço encanta-me. A impulsividade que tenho em mim... Essa pessoa que age antes de pensar grita cá dentro... e eu? Eu simplesmente pego num casaco pelas mãps e saio de pijama para o meio do nevoeiro que agora me parece bem mais cinzento. Não me arrependo, fecho os olhos e inspiro bem fundo! Sinto os meus  pulmões a encherem-se do mais puro oxigénio que já respirei. Com um passo de cada vez, com passos firmes, vou sem rumo. Não me adianta olhar para trás porque a minha pequena cabana é invisível no meio deste nevoeiro. Vou sem rumo, sem correr, sem pressa e sem medos... Estou consciente da minha decisão e inconsciente sobre o que me espera. Vou sem rumo pelo caminho que nunca percorri. Vou à descoberta, vou explorar no dia em que o nevoeiro cresce como uma praga incontrolável. Passo a passo o meu corpo dá sinais de frio. Se os meus braços não estivessem cobertos e os meus olhos conseguissem ver, aposto que todos os meus pêlos do braço estariam eriçados! Mas mesmo assim vou em frente...


Aurora Coelho
Agosto 2015 

Sem comentários:

Enviar um comentário