Chegou o dia em que ela se
despediu, descalçou aqueles sapatos desconfortáveis, arrancou aquelas roupas
uniformizadas e despiu-se de quem queriam que fosse. Chegou o dia em que falou
no tom que sempre quis e despediu-se. Pegou numa pequena mochila e às suas
costas transportou o mundo, o seu verdadeiro mundo... Partiu porque chegou o
dia. Partiu por um caminho que desconhecia, mas que almejava ter acesso e
coragem para percorrer. Chegou o dia e partiu, despedindo-se apenas de quem era
essencial e de quem conseguia transportar na memória, com memórias cheias de
sorrisos e força para uma nova vida. Vestiu o que mais confortável tinha, nos
pés colocou os sapatos perfeitos para o caminho que a esperava e foi... Foi a
favor do vento, com uma leveza... Deixou todo o peso que carregava e foi com
uma paz que só tinha sentido quando em criança via a lua, um arco-íris ou o
mar... Chegou o dia que planeava, mas nunca agendava… chegou e... E foi!