29/11/2016

Vai ficar tudo bem, mas não está tudo bem...

Vai ficar tudo bem, mas não está tudo bem...
Todos dizem que vai ficar tudo bem... mas não está tudo bem...
Até pode... eu quero, eu queria, hei-de querer... mas não está tudo bem...
Quero que fique, vai ficar mas... mas não está tudo bem...
É para me apoiar (eu sei), mas peço desculpa... vai ficar tudo bem, mas não está tudo bem...
Quero gritar por ajuda, mas agora não...
Sinto-me sem chão... vai ficar tudo bem...
Fria, calada, quieta.. mas agora não está tudo bem...
Não quero que me digam que vai ficar tudo bem, porque agora não está tudo bem...
Grito no meu silêncio... vai ficar tudo bem, mas não está tudo bem...
Eu sei que é para ajudar, mas quando o chão foge é dificil de me segurar...
Vai ficar tudo bem, mas não está tudo bem...
Choro na minha solidão... vai ficar tudo bem, mas não está tudo bem...
Eu sei que estão ao meu lado, mas quando a corda parte é dificil achar o equilibrio...
Todos dizem que vai ficar tudo bem... Mas: Não obrigada! (Agora não...)

22/11/2016

Que seja só uma aragem...


Tique... taque... tique... taque...
O relógio que anda não é meu...
A vida que o segura não me pertence... Tique... Taque...
A carta que recebi paralisou-me as mãos,
As palavras que li, congelaram-me o coração... congelaram o meu mundo...
O momento foi-se, as palavras escritas tiveram o poder de um vulcão no seu auge...
Pode ser só uma aragem... pode ser um furacão...
Da aragem espero o fôlego...mas do furacão espero o arraso...
Que seja só uma aragem...
Tique... taque... tique.. taque...
No silêncio gritei... gritei tanto...
Por fora nada mudou, mas dentro... ai dentro chorei tanto que me doem os olhos das lágrimas que não me escorreram... que seja só uma aragem...
Tique... taque... tique... taque...

20/11/2016

Lá fora...

Lá fora o vento sopra, por vezes até parece que quer chamar a atenção com o seu assobiar e como não vou lá, bate nas vidraças das minhas janelas. Está a cercar a casa, sinto-me impotente, nada posso fazer para que pare! Decidi pedir-lhe que parasse, primeiro baixinho e nada… fui subindo o tom mas estava cada vez pior, era como que me estivesse a desafiar para uma batalha desigual. Soltei um grito bem cá do fundo do meu ser… e como que me desafiando bateu mais forte, assobiou mais alto e soprou com mais, cada vez mais. Já nem a almofada conseguia abafar esta revolução. Levantei-me, ergui-me como quem se ergue depois de uma batalha e fui à luta. Abri a porta e naquele momento o mundo parou, o vento calou-se e o meu corpo gelou como um iceberg...