26/01/2016

Fogo



Do fogo que tenho... renasço água...
Água que pinga gotas do orvalho...
Envolta no fumo viajo por aí, sem nunca me desprender do que aqui deixo!
A controvérsia das palavras levam às voltas da vida e revoltas inúteis que me confundem... que nos confundem... que vos confundem!
Do fogo que queima tiro uma mão sã e...
Das cinzas não renasço, porque não cheguei a morrer... Só mudei.
Do fogo que me fez, criei imagens e desenhei-as ao meu gosto...
Do fogo que sinto só camuflei sentimentos...
Fogo que nasceu aqui e não mais se expandiu pelas incertezas que atingem o mais fraco dos sentimentos.

Do fogo que tenho... renasço água!

19/01/2016

Com uma mão seguro o coração


Com uma mão seguro o coração...
na outra agarro o volante...
Num cruzamento travo afundo...
Três pessoas ... ninguém se cruza...
ninguém se olha...
Com uma mão seguro o coração... na outra o volante....
Ninguém me olha...
ninguém se vê...
Com uma mão seguro o coração...
na outra o volante num cruzamento onde somos muitos mas sem nos vermos...

Seguro e não largo....

12/01/2016

12 badaladas




Ao som das 12 badaladas aperto o teu coração ao meu...
Sob a lua aqueço-me a ti...
Ao som das 12 badaladas vivo e revivo o passado neste presente com futuro
Sob a lua olho-te nos olhos e beijo-te...
Ao som das 12 badaladas estou contigo no meu coração.

07/01/2016

Quando as luzes se apagam

Quando as luzes se apagam…
Quando a maquilhagem é removida e as cortinas baixam tudo vira silêncio.
Tudo se transforma em realidade e o silêncio fere como uma faça afiada.
Quando as luzes se apagam, a lágrima cai e o pensamento volta para remexer em tudo de novo. 
Quando as luzes se apagam e se fecham as portas, o vento fica mais forte e a vontade de fugir também.
Quando as luzes se apagam e se tiram as vestes já sujas, os pés mostram as feridas do caminho e o peito o bater de um coração pequeno e frágil, só coberto e protegido por umas mãos calejadas.
Quando as luzes se apagam e só fica o cintilar da esperança…
Quando as luzes se apagam e se desliga a música...
Só sobram os ecos da correria do dia e os gritos presos na garganta.

Quando as luzes se apagam, és tu quem fica, és tu sem maquilhagem, nua, no silêncio da madrugada onde nem os cães já se ouvem, onde o brilho das estrelas é tapado pelas nuvens, onde a neblina não deixa ver o fim da rua...
Quando as luzes se apagam, fechas os olhos por não ter para onde olhar, tocas e cuidas do teu interior por estar ferido...
Quando as luzes se apagam e a música é desligada os teus ouvidos tapam...

Quando as luzes se pagam…

05/01/2016

Viver(-te)



Com movimentos lentos chego-me a ti e sinto o teu sentir... Com os olhos nos teus percorremos o momento... Momento que passa, mas fica aqui... Um passado tão presente que me faz sentir viva e com vontade de voltar a viver(-te).